NG5 - DR1

DR1-Valores Éticos e Culturais

Identificar diferentes valores culturais
Argumentar e contra – argumentar em contextos de tensão cultural
Intervir em contextos de tensão cultural

Os valores, ao estarem submetidos às coordenadas do tempo e do espaço, não são universalmente válidos, já que vão variando de cultura para cultura.

Ao mesmo tempo é imediatamente perceptível a diferença que nos separa das diversas culturas, entre as quais, a cultura islâmica, mas não precisamos de ir tão longe, pois ao longo do tempo é igualmente notória esta relatividade se analisarmos, com algum rigor, os valores da cultura portuguesa do século XX com a cultura portuguesa deste início do século XXI, em que muitos dos nossos hábitos, tradições e valores se alteraram e o que era, agora pode já não o ser, isto porque a cultura não é estática, vai evoluindo à medida que o próprio Mundo evolui e a sociedade se transforma.

Existe uma relatividade nos valores morais presentes nas mais diversas culturas mundiais, se não vejamos: o Homem recebe do meio, em primeiro lugar, a definição do bom e do mau, do confortável e do desconfortável e adapta-o segundo as referências que teve desde a sua infância, de acordo com as suas experiências pessoais e sociais. Vejamos alguns exemplos: para dormir, os pigmeus procuram a incómoda forquilha de madeira e os japoneses deitam a cabeça em duro cepo, que segundo os nossos padrões são bastante desconfortáveis…
O ser humano recebe do seu meio cultural um modo de ver e de pensar. No Japão considera-se delicado julgar os homens mais velhos do que parecem e, mesmo durante os testes e de boa-fé, os indivíduos continuam a cometer erros por excesso.
O homem retira também do meio as atitudes afectivas típicas. Entre os «maoris», onde se chora à vontade, as lágrimas correm só no regresso do viajante e não à sua partida. Nos «esquimós», que praticam a hospitalidade conjugal, o ciúme desapareceu, tal como na Samoa, a morte não parece cruel, os velhos aceitam-na como um benefício e todos se alegram por eles. Nas ilhas Alor, a mentira lúdica considera-se normal; as falsas promessas às crianças constituem um dos divertimentos dos adultos. O mesmo espírito encontra-se na ilha Normanby, onde a mãe, por brincadeira, tira o seio ao filho que está a mamar. Entre os esquimós o casamento faz-se por compra. Nos «urabima» da Austrália um homem pode ter esposas secundárias que são as esposas principais de outro homem. No Ceilão o irmão mais velho casa-se e os mais novos mantêm relações com a cunhada. A proibição da união entre parentes próximos encontra-se em todas as sociedades, mas não há duas que o definam da mesma maneira e lhe fixem de modo idêntico as determinações exclusivas. O amor e os cuidados da mãe pelos filhos desaparecem nas ilhas do estreito de Torres e nas ilhas Andaman, em que o filho ou a filha são oferecidos de boa vontade aos hóspedes da família como presentes, ou aos vizinhos, em sinal de amizade. A sensibilidade a que chamamos masculina pode ser, de resto, uma característica feminina, como nos «tchambulis», por exemplo, em que na família é a mulher quem domina.
Os diferentes povos criaram e desenvolveram um estilo de vida que cada indivíduo aceita e que é partilhado dentro da sua comunidade, mas que, para outras culturas poderá ser sinónimo de desconfiança e de estranheza, isto porque não existe uma cultura mais correcta, mais certa, todas as culturas deverão ser olhadas segundo os princípios da tolerância e da compreensão e não esqueçamos que sozinhos não somos nada mas juntos fazemos a diferença e é na alteridade que encontramos a nossa própria identidade e enriquecimento pessoal.